Esta é a juventude do Papa
- marlenerodriguessi
- 7 de ago. de 2023
- 3 min de leitura

A minha família, quer paterna quer materna, é profundamente católica, ainda que muitas vezes diga à minha mãe, que, apesar de ir à missa todas as semanas, a mensagem de Cristo lhe passou ao lado.
Eu própria, como não poderia deixar de ser, fui criada no seio da Igreja Católica. Fiz o crisma e tudo, imagine-se!
Hoje, não me considero católica. Acredito num homem, chamado Jesus, que passou pela Terra para deixar uma mensagem de amor, de perdão e de bem. Um homem que ajudava, sem julgar, que tratava todos de forma igual. E, apesar de achar que há muita coisa que não bate certo naquela história, tenho fé em Fátima, porque me sinto bem na Cova da Iria e eu nunca me sinto bem em locais com muita gente, mesmo em igrejas. Tento seguir o exemplo de Cristo, embora nunca esquecendo que sou pecadora, que não sou perfeita, mas que ele gosta de mim de igual modo.
Não obstante não me considerar católica e de não praticar a Igreja, eu agradeço o facto de ter crescido no seio da sua fé. Porque, uma vez libertada da culpa e dos medos que os padres e as catequistas nos incutem, julgo que devo a alguns ensinamentos os valores humanos que tenho hoje.
Mas a Igreja não é feita por Jesus. É feita pelos Homens, que são sedentos de poder, corruptíveis, e de índole volátil e, por vezes, maléfica. Basta ver o que fez a Inquisição! Basta perceber como funciona o Vaticano, com o seu banco onde é lavado dinheiro da máfia italiana, e tantos outros mistérios que o rodeiam.
Não gostei de nenhum papa, nem de João Paulo II. Mas gosto de Francisco. Pela simplicidade, pela preocupação com os pobres, pelo sorriso humano... Não acho que seja santo. É um homem e os homens não são santos. Também não estou totalmente de acordo com a posição que tem demonstrado face à guerra na Ucrânia. Sim, tem de se encontrar um caminho diplomático, mas quem pode confiar na Rússia? Além disso, os ucranianos estavam sossegados na sua vida - apoiá-los, apiedar-se deles e discriminá-los positivamente é obrigação do papa.
Não fui contra a realização das Jornadas Mundiais da Juventude, até porque tinha uma amiga que já tinha participado na de Roma e que só dizia maravilhas. Nem contra os gastos (se é para fazer, é para fazer bem!) O que não compreendo é que, sendo um evento da Igreja, não seja a mesma a pagar a fatura. Tudo bem, o Governo e a Câmara poderiam facilitar as coisas, prestar apoio logístico, etc. Mas a Igreja não é pobre e considero injusto que todo este evento tenha sido pago com os impostos até de quem tem outras religiões.
Apesar disso, nos poucos momentos que pude acompanhar na semana passada o evento pela televisão, emocionei-me algumas vezes. Não tanto pelo papa. Mas pelos jovens. Eu tenho um belo exemplo em casa de Juventude. A minha enteada Bia é fantástica e eu acredito num futuro em que ela lute pelos seus direitos e cumpra os seus deveres. O que vi foi milhares de Bias: jovens felizes, responsáveis, conscientes e, sobretudo, alegres. Nunca se falou tanto em televisão de Esperança. E isso contagiou-me! Acredito muito nesta Juventude do Papa, nesta Juventude da Esperança. Acredito que eles farão um amanhã muito melhor que nós!
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