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A sorte de amar a natureza e os animais

  • marlenerodriguessi
  • 30 de abr. de 2023
  • 2 min de leitura

Acabo de ver "A Rapariga Selvagem", com Daisy Edgar-Jones, de quem sou fã desde "Pessoas Normais", a única série que repeti e que voltaria a ver sem problema nenhum.

Adoro quando um filme termina e me deixa uma sensação de paz, de que a vida está certa por ser como é.

No filme, Kya foi abandonada por todos, menos pelo sapal onde vive e onde encontra a força para continuar em frente. Enquanto todos na cidade a julgam, e sobre ela inventam histórias de arrepiar, Kya encontra na Natureza a razão da sua existência. Ela não consegue entender por que todos querem sair dali, quando ela tem entre as plantas e os pássaros tudo o que precisa.

Identifiquei-me tanto com ela, invejei-a até. Sou bastante acelerada e muitos dos que me rodeiam não acreditam quando digo que viveria isolada no meio da natureza sem problema nenhum. Na verdade, nem eu sei se seria capaz, porque nunca o vivi, mas a minha constante necessidade de paz, faz-me pensar assim. Sempre foi na natureza e nos animais que me senti completamente integrada e plena.

Tenho a sorte de amar os animais. Considero que é uma sorte porque penso em quanto perdem aqueles que não os amam. Eles dão-nos tudo, não têm medo de se entregar, são tão completamente nossos.

Quando era pequena, muitas pessoas abandonavam animais junto a casa dos meus pais, onde havia um descampado. Eu cuidava de todos eles. Quando me temiam, não descansava enquanto não confiassem em mim. E eles acabavam sempre por o fazer, porque os animais são muito mais inteligentes que nós. Conseguem ler-nos muito melhor que nós uns aos outros. Por eles, eu deixava de ir brincar com os meus amigos, sempre preferi a sua companhia.

Para mim não faz sentido viver sem animais. Farto-me de me queixar que por causa da minha cadela e as minhas gatas estou sempre a arrumar a casa. Mas a verdade é que elas são o melhor que tenho. A minha Juca, então... Como algum dia voltarei a aprender a viver sem a Juca? No outro dia, uma senhora disse-me que os nossos animais se tornam parecidos connosco. E que a Juca era toda eu... :) É natural, disse eu, ela é quase uma extensão minha, somos inseparáveis.

Onde todos veem os olhos mais azuis e espetaculares que já viram num cão, eu vejo amor profundo. Desde que a adotei que nos tornámos companheiras, levo-a para todo o lado onde possa. E, sim, ela adora o Carlos, mas a nossa relação é diferente, especial. Eu e aqueles olhos comunicamos perfeitamente.



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Sim, é uma sorte poder experenciar algo tão verdadeiro e impensado. E não é por falta de amor dos que me são próximos, que valorizo este. É porque é incondicional. E porque, entre nós, nem por vezes o amor entre pais e filhos chega a esse nível.

Também é no meio da Natureza que a Juca é mais feliz. E eu adoro vê-la a correr desenfreada, maluca de felicidade... Nós não somos capazes de sentir uma felicidade tão plena. Há todo um cérebro que nos impede de o fazer, muito mais de o expressar.

 
 
 

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